2° Cartório

Este senhor que se senta

todos os dias

na esquina do 2° Cartório

fundiu-se com o tempo

e com a poeira da cidade e com a miséria.

E não tem sono; é sempre acordado

ali as pessoas passam e o taxi

com seu taxímetro ligado rodava e rodava

e não se lembravam

corriam

Este senhor que se sente

outro mundo

embora a dor seja tanta

é mundo é medo é amanhã é herói

Este mundo que se mata

será mundo

quando o tempo se for

e a aurora

repleta de senhores que se sentam

não no dia mas na alvorada

na esquina de pedra-ladrilho-mundo

do 2° cartório de todos

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Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 11/01/2012
Código do texto: T3435381
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