Entre paredes

Movem-se os móveis... Lambem-se as paredes... Reviram-se as cortinas... Mudam-se as almofadas.

Entre paredes, perdem-se os sonhos... Molha-se o rosto... Desnudam-se as palavras.

Entre paredes, Mudamos os moldes recortados... As voltas que damos... Os desenhos que desfolhamos.

Iluminam-se, com lâmpadas, as pupilas de um olhar perdido.

Eram sinos... Escolhas feitas... Lâminas que brilham.

Camadas de blocos... Armados andaimes... Paredes são paradas que se declinam para o céu.

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