Ciência do doido varrido

Possuo não a realidade

Mas a quimera ensandecida

Da minha loucura de poeta

Eu calculo o número das estrelas

Porque a conta exata não é poema

E porque o meu brio está em ser doido varrido

O abstrato é mais palpável que a matéria

Que esta é pedra dura inflexível

E eu inexisto justamente para essa firmeza

Que ciência pode afirmar de que sou feito

Se enxergam o que transpõe minha carne

Mas não curam o que me vem à alma e ao peito

Deixo para os homens esse mundo real

Sou anjo sou sombra vazio e palavras

Sem sexo sem forma ou teor que se possa elucidar

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 10/01/2012
Código do texto: T3433274