Ciência do doido varrido
Possuo não a realidade
Mas a quimera ensandecida
Da minha loucura de poeta
Eu calculo o número das estrelas
Porque a conta exata não é poema
E porque o meu brio está em ser doido varrido
O abstrato é mais palpável que a matéria
Que esta é pedra dura inflexível
E eu inexisto justamente para essa firmeza
Que ciência pode afirmar de que sou feito
Se enxergam o que transpõe minha carne
Mas não curam o que me vem à alma e ao peito
Deixo para os homens esse mundo real
Sou anjo sou sombra vazio e palavras
Sem sexo sem forma ou teor que se possa elucidar