PERDI A VIAGEM
Nossa! Isto não é matagal e sim floresta!
A quantidade de mato aqui é enorme!
Mas o que fazer se a profecia me atesta
Em acordar a linda princesa que dorme.
Todo o reino está nos braços do Morfeu
Junto com a princesa de longínquo sono,
Por isso que neste reinado o mato cresceu
Tanto, dando-lhe a imagem do abandono.
Até que enfim. Cheguei ao meu destino.
Todos os obstáculos postos estão findos.
Com um beijo a minha missão eu termino;
Casarei com a princesa e terei filhos lindos.
Agora o “sacrifício”. Acordar com beijo a beldade
E acabar de vez com essa terrível maldição.
O que eu estou vendo?! Não pode ser verdade!
Nossa Senhora! Livra-me desta terrível situação!
Assim que acabei de beijar a linda princesa
Eu estava com uma ânsia extraordinária.
A mesma acordou, porém toda sua beleza
Fora cobrada com juros e correção monetária
Pelo tempo. Afinal foram (o quê) uns cem anos
Que a princesa passou em seu confortável leito,
O que acontece com todos os seres humanos
Também aconteceu a princesa, não teve jeito.
A pele da ex-beldade ficou bastante enrugada
Os sedosos cabelos caíram e sua boca murchou
A princesa parecia com uma criatura mumificada
Do antigo Egito que a história universal registrou.
A roupa dela perdera o luxo, parecia maltrapilho...
Confesso que o contexto causou-me grande pavor,
A princesa me olhava desapontada, olhar sem brilho,
Consoante uma personagem de um filme de terror.
Sinto decepcioná-lo, meu príncipe corajoso e valente,
Como pode ver a maldição foi comigo bem sacana.
Obrigada de coração, mas volte já para a sua gente
Sou um pé na cova e a vida já me deu uma banana.
O FILHO DA POETISA