Esses trapos

Esses antigos trapos

Não caberão calados

no poema

Fundiram-se aos metais das fotografias

das paredes na forja em tiras, fitas e até papel

Abandonei o canto – e com ele o sono – de lamurias

no poema

Tornei-me frio e sem derramamentos

Voltei-me ao concreto

e observo a pedra

inerte, calada, sob o passo acelerado

coloco-a no poema reto e ao acaso

colorido e descolorido

como o poeta repleto de psicologismo

que está e não está no mundo

e meu eu me abandonou

no mundo sou silêncio

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 09/01/2012
Código do texto: T3431397
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