Esses trapos
Esses antigos trapos
Não caberão calados
no poema
Fundiram-se aos metais das fotografias
das paredes na forja em tiras, fitas e até papel
Abandonei o canto – e com ele o sono – de lamurias
no poema
Tornei-me frio e sem derramamentos
Voltei-me ao concreto
e observo a pedra
inerte, calada, sob o passo acelerado
coloco-a no poema reto e ao acaso
colorido e descolorido
como o poeta repleto de psicologismo
que está e não está no mundo
e meu eu me abandonou
no mundo sou silêncio