REDENÇÃO
Deixe que eu caia com todos meus pecados,
Que o vento me arraste sem dó pela estrada,
Deixe que a noite me enrole em manto embolorados,
Que a manhã me lamba a cara ensanguentada.
Assim eu posso representar na vida o último ato
Dessa comédia fria sem os hilários risos da plateia.
Sou uma simples atriz assinando um velho contrato
O contrato velho do abandono da mísera atriz plebeia.
Deixe que eu puxe a cortina. Só quero ver
O publico levantando e ter coragem de aplaudir
Essa palhaça muito tola que antes de morrer
Pensa que entrou de férias, cujo descanso é dormir.
DIONÉA FRAGOSO