Casas que rolam

Um serrote lá na serra

Deixou sobra sem sombra

Sem saber o sabiá

Derrubou tanta madeira

Mas não fez uma esteira

Para a terra não arriar

E de tanto espaço aberto

Tanto bicho, de fado incerto

Mudanças de hábito de fato

Não tem coruja para o rato

Nem tem cobra para o chão

Não desce mais ali o gavião

Fonte, que nunca teve ponte

Agora ela tem suas seqüelas

Árvores caídas são pinguelas

Madeira deitada no horizonte

Ela que com aquela água floria

Com esta água ela apodrecia

A árvore que arvorava o ninho

Da madeira fizeram armarinho

Armaram lá um condomínio

Da fauna tomaram o domínio

A serra cobrando seu convento

Leva a casa em deslizamento

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 07/01/2012
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