Os olhos que a alma tem
Pelas janelas dos olhos
Sem entender muito bem
Espreita o mundo
Numa ânsia louca
Procurando vida, nos olhos de alguém...
Talvez pelas ruas, entre a multidão
Talvez nas esquinas, nos bares também
A vagar incerto
Madrugadas findas
Campeando os olhos que a alma tem...
A alma por vezes,
Nos faz prisioneiros
Sufocando os sonhos
Que não lhe convém
São pássaros presos que buscam janelas
Abertas pra o mundo que acena além...
E escapam faceiros
Sem olhar pra tráz
Pelos olhos calmos
Que a alma tem...
Quando os sonhos crescem
E tomam seu rumo
E nos damos conta
Dos frutos que vêm...
A alma da gente se torna mais leve
E se faz parceira da alma de alguém...
E o mundo que era de invernos e geadas
Floriu primaveras na vida de quem...
Percorreu estradas, buscando respostas
E cerrou os olhos que a alma tem.