Imagens de Imagens
Penso a existência para sentir o tempo, atrás da cortina duma janela, arroxeado o ar para além da ponte metálica, aqueles barcos no porto como outros entre áleas imaginárias do poente. Pensar a angústia da partida, um adeus em redor dos corpos.
Com a linguagem constrói-se a realidade, dedicasse este lugar ontológico a uma múltipla invenção de mundos, para exibir em postais ilustrados.
Pela manhã os jornais vão falar da morte, de acidentes, de pacotinhos de esperança para animar o choro entre convulsões, de tudo, como se fossem pedras ou cristais as letras. Depende do carácter das ilusões.
Mas nada, nada poderei ler sobre a madrugada reflexiva que vai - enquanto estou deitado sob a textura débil da metafísica
com o meu riso.