INÉRCIA

Algo

Que nunca chega,

Mas sempre espreita

Ao redor.

Uma inundação

De velhos desconhecidos,

Que acenam desinteressadamente

A cada ultrajante manhã de sol.

O aterrorizante estrondo

Do silêncio de cada noite,

Que nos acalanta com promessas

Nunca cumpridas.

Algo

Que nunca para:

Alimento de nossa

Patética passividade.

O desejo da renovação

No infinito baile das ondas,

A efêmera coragem que finda,

Com a morte do sonhos.

Uma nova tragédia, a cada dia,

Um novo lamento, a cada arfar,

Uma antiga chaga, que nunca cicatrizará:

Inércia.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 05/01/2012
Reeditado em 28/04/2014
Código do texto: T3424800
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