INÉRCIA
Algo
Que nunca chega,
Mas sempre espreita
Ao redor.
Uma inundação
De velhos desconhecidos,
Que acenam desinteressadamente
A cada ultrajante manhã de sol.
O aterrorizante estrondo
Do silêncio de cada noite,
Que nos acalanta com promessas
Nunca cumpridas.
Algo
Que nunca para:
Alimento de nossa
Patética passividade.
O desejo da renovação
No infinito baile das ondas,
A efêmera coragem que finda,
Com a morte do sonhos.
Uma nova tragédia, a cada dia,
Um novo lamento, a cada arfar,
Uma antiga chaga, que nunca cicatrizará:
Inércia.