Tempestades de Irati

Quantas negras nuvens foram o fundo

de tantas aquarelas nos verões de Irati,

e a alegria menina que imaginava o mundo,

era o colorido, que naquelas tardes vivi...

Em silencio vinham, nas tardes quentes,

pontilhando sombras na serra ao longe,

incutindo medo nos corações dos crentes,

das profecias, de São João Maria o monge.

Acendiam-se velas, silenciavam-se em ave marias,

depois da poeira, rugia o vento, a chuvarada,

clareava a tarde nas brisas mansas, nas calmarias

a algazarra criança, terminava o dia na enxurrada...

São tão surpreendentes estas tempestades ligeiras,

como tudo que emoldura uma nostálgica poesia,

as vezes alegrias ou tristezas passageiras,

fatalismo antes, depois o arco-iris ao final do dia....

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 05/01/2012
Código do texto: T3424623
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