Um lamento solitário
Um corpo de mil versos
por vestir
A nudez de gestos vagarosos
e toques suaves de mil sílabas
Da tua ausência transparente
entre os dedos
regresso à suspensão dos dias
como quase um abandono
das estações
As palavras de azul quase branco
no peito dos amantes
e quem te espera nas margens
do rosto
há-de esperar.
Dos verbos demoras
morrendo em cada porto de propósito
Dos dias por trás do mar
Talvez a sede de sal e manhãs
na angústia do poema.
Diana Enriquez
(Brisa Solitária)