Arabesco

Chora a Lua,

violada pelo gênio burlesco,

da reta noite

sem arabesco.

Madrugada de

bares fechados

e de poetas calados.

De lanhos carneiros

de trinta dinheiros,

que buscam os perdões

de rudes bandoleiros,

enquanto suspiram

pelos dotes dos taifeiros.

Valsa a Rainha Louca,

pois toda tolice

será pouca

nessa noite

de pernas cerradas

das mulheres mal-amadas.

Noite da gente comum,

que repete lugares-comuns;

a primícia do Oceano de clichês

elevados à sapiência

de trágicos michês.

Orgulho e glória

do povo sem história,

do povo sem memória.