Ainda que a vida dure ainda muito mais que isso
Com seus meandros, atalhos, seus subterrâneos
Com seus impossíveis e improváveis, os seus milagres
Com a dor que é tanta, a tristeza e mesmo a solidão
E tudo isso ainda que não dure nem um pouco mais
Nem um pouco menos do que a própria vida, essa mesma
Ainda assim é vida e ainda é somente o que importa
Mesmo quando não importe muito o que de fato importa
Quando a vida que dura, mas que de fato tão pouco importa
Um corredor e uma das portas a morte abre a bocarra
E te agarra pelos sonhos mais incabíveis e te leva de vez
E vives enfim entre o sim e o não mas nunca o talvez
Em vez da ciência tens a crença de viver mais de uma vez
Vida nenhuma e nem uma vida que te baste e mereças
 
E há muito que já me perdi no completo embaraço
De embaralhar todas as palavras pobres e poucas
Que trago no traço longo de mais um pensamento
Que trago com essa dor, essa cor, esse desamor
Que nem tenho onde por, por mais que dure ainda
Toda a pequenez desse meu maior amor...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 05/01/2012
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3423678
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