Verso despido
Meu verso sorriu
e zombou da ilusão,
dançou na penumbra,
cantou Lampião,
ao som da zabumba
e da sanfona de Lua.
O verso que preso estava,
saltando pulou sobre o muro,
fugiu e saiu do escuro,
agora vadio, cão vagabundo,
perambula pelo mundo,
saltitante em pele nua.
Meu verso tão bobo,
ingênuo e sutil
verseja o Brasil
com sua gente mestiça,
invade as verdades
cantando as cidades e ruas.