Janeiro
Janeiro
Trovões ensurdecedores
ecoam pelo ar molhado.
Relâmpagos riscam o negror
os céus abrem suas comportas.
Cai, torrencial, a chuva,
pesada e translúcida cortina
estranhamente posta
do lado de fora da janela.
Visão embaçada.
Derrama-se ainda a chuva.
Cruel e indiferente
consigo arrasta
gente, coisas, casas,
vidas...
Mais um janeiro.