Vazio (Poema insone)

Afaga com os dedos o vazio

Que te abraça sem cerimônia

Sinta o sabor da peçonha

Adoçando teu martírio.

Beija os lábios calados

Deixa sorver os delírios

Das imagens do passado

Saibas que és o reflexo

Do que não é conhecido,

Tens do amor o seu reverso

Trazes o peito esmaecido.

Olhe a loucura silente

Na parede emoldurada

Será essa a estrada,

Para voltar a ser vivente?

O peito em desalinho

Revela toda a acrimônia

Sinta o sabor da peçonha

Pondo fim a teu martírio.

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2011.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 02/01/2012
Código do texto: T3418342
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