[Des]Conforto da Alma - I
As praças estão cheias
De bancos, velhos e pombos
Mas falta um grito!
As ruas com seu trânsito
De carros, motos e pedestres
As faixas foram rasgadas
Os prédios continuam intocáveis
Com seus muros e grades
Os sprays hoje são raros
As escolas e seus alunos
Que aprendem a tabuada
E desaprendem tantas coisas
Em suas salas e laboratórios
De biologia e informática
Criam-se futuros cidadãos
Com seus livros caros
Estudam nossa história
Mas esquecem de fazê-la
Todas as crianças vão à escola
Diminuem, assim, o analfabetismo
Mas não o político
São apenas soldados
Servindo a um exército falido
Onde os generais são escolhidos
Pelos próprios soldados
Mas eles, os generais, sabem
Que esse exército é ocioso
Não gostam de mudanças
Preferem assim viver
Venderam o seu pensamento
Em troca da ‘liberdade de pensar’
Há quem não note
E aqueles que preferem não ver
Mas as prisões estão por toda parte
Reprimindo qualquer ação
Engaiolando sonhos
Mas as ideias
Não morrem
Continuam
Vivas e...
Perigosas!