Seco

O meu mundo

gira em duas estações

perde o rumo depois

da hora quente

O meu mundo

badala o sino das onze

amanhece no frio

e dorme calado

O meu mundo

não tem lugar para todos

para os que restam

pão com manteiga e café quente

Santos e pecados

correm em paralelo

de outro mundo

devendo explicar

O meu mundo

basta um arremedo

o choro contido

desliza no mar

O meu mundo

segue o tempo

não tem rima

ou acordes para acompanhar

O meu mundo

vive em goles secos

mergulha em cortes secos

e renasce em você.

Diogo Silva
Enviado por Diogo Silva em 09/01/2007
Código do texto: T341676