Geografia da insônia
Um cômodo é feito
de camas e quinas.
Meu coração tem leito profundo
e comportas de represa.
Quem dera ser corda de varal:
simples e curvilínea.
No breu eu tropeço
em nós que atei de véspera.
As janelas recolhem
zumbidos, feixes de luz.
Tudo me tenta,
menos o sono fechado.
Me encasulo em meus pulmões.
Respiro e expelo coisas doídas.
Na noite vazia elas ressoam entre
paredes brancas, pontes, quinas.