Diálogo com Parca
No infinito em que agora enfim definho
Em um mundo decrépito que me agasta
Busco inútil como outrora no teu caminho
No fanal bendito que vez mais me arrasta
De que vale uma vida sem provar da dor
Se é por ela que buscamos na eternidade
Eis que a falta de mim mesmo ceifada flor
Outra vez mantida essa eterna brevidade
É na incerta certeza se ainda estou aqui
Que busco alento nessa ímproba realidade
Em que pereço a cada momento que vivi
Não há outra conclusão para a nossa sorte
Mesmo buscando razão na irracionalidade...
No estreito caminho só tu existe, oh morte.
Brasília, DF, 31 de dezembro de 2011.