OS DEUSES CHORAM TODOS OS DIAS

Acho que quero tudo

Quero o amargo

Quero o azedo

Quero a revelação

Quero o segredo

Quero a multidão

Quero o degredo

Quero a coragem

Quero também o medo

Quero a ânsia do desespero

Assim como quero a calma entre os dedos.

Quero as partidas

Quero as chegadas

Quero as frívolas e reflexivas namoradas

Quero o libertar e quero também as amarras

Quero afago no rosto e o tapa na cara

Quero as inconstâncias das horas agora

Quero a solidez de todos os minutos do mês

Quero o ódio para me mostrar que muito pouco da vida eu sei.

Quero o amor para me abraçar em casa após chegar do trabalho depois das seis.

Quero também a poesia para deleitar com todas as coisas que nunca experimentei.

Quero tudo, mas cho que todos os dias os deuses choram e me ignoram.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 31/12/2011
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3415663
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