Lágrimas de Deus

 
Chorei os mortos das guerras...
Tantas guerras, tantos mortos.
 
Senti o cheiro da carne queimando
Nos olhos do ódio racial.
 
Ouvi os gritos de dor
No silêncio traiçoeiro do irmão
Por um ideal de sangue.
 
Tateei os ossos dos meus meninos,
Famintos, quebrados, mutilados,
Pelo poder do ouro negro.
 
Na fome de poder,
Fantasiam deuses em forma de religião bélica.
 
Vejo o brilho nos olhos do querer...
  Diamantes de sangue.
Mutilam filhas na esperança do dote...
 
 Mães despreparadas!
Conduzem filhos em glória de um país
Que os devolvem envoltos em uma bandeira
Desbotada de lágrimas.
 
Seviciam-se dos fracos quando em quatro grades...
Filhos de uma pátria que os faz
Prisioneiros da arrogância de si mesmos.
 
Também chorei Meus mortos,
Aqueles que se foram nas tragédias naturais.
Quantos milhares e milhares...
Lágrimas da Mãe Natureza!

 
Chorei aos que sucumbiram as pestes...
Aos que não puderam saciar a sede...
As mães que não puderam alimentar seus filhos...
 
Chorei Hiroshima...
Chorei o cérebro criminoso que fez pó
Do que Eu dei vida.
 
Chorei Napalm...
Que desnudou a alma de milhares de inocentes.
 
Chorei Hitler...
Exterminando àqueles a quem Jesus perdoou.
 
Chorei Deng Xiaoping...
Chorei Saddan Hussein…
Chorei Bin Laden...

Mas, também, chorei Bush.

Chorei por todos os que promovem a
Insanidade bélica.
Seja em uma rua,
Seja em uma cidade,
Seja em um país,
Seja no mundo.
 
Choro pelos filhos que só veem o seu chão.
Choro pelos filhos que propagam suas lágrimas
Em desculpas pelo poder, pela vingança.
 
Choro pelos filhos, tantos filhos...
Que se perderam pelo ter,
E, na fome do sempre ganhar,
Esqueceram-se de amar!
 
 

Em 10/09/2011
Editado em ebook-pps
Sonya Azevedo
Enviado por Sonya Azevedo em 31/12/2011
Reeditado em 31/12/2011
Código do texto: T3415507
Classificação de conteúdo: seguro
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