Qualquer olhar nunca mais me alcança

Minha alma descansa no absurdo silêncio

Num silêncio absoluto que só eu sei fazer

Estou muito além de todas essas palavras

E o que significam está muito aquém de mim

Nada nem ninguém, coisa alguma me apraz

Olhar ou não olhar mais, tanto faz...

 

Assim ou de qualquer modo se perder enfim

Ou enfim nunca mais precisar caminhar

Assim só por sonhar e não ser nem querer

Assim só por viver como se a qualquer minuto

Num minuto qualquer fosse minha hora de morrer...

 

Enquanto a vida acaba, outro ano vem

Como se tudo fosse novo, como se tudo fosse...

Como se de novo tudo viesse por acaso ser 

Como se tudo pudesse ser ou não ser

Ou talvez apenas ser diferente

De tudo isso que talvez fosse viver...

 

Enquanto o ano acaba, a vida vai

Como se fosse ou pudesse ao menos ser

Como se pudesse mesmo ir e fosse

Para aquele mesmo ponto no tempo

Um segundo antes de ver você partir...

Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 31/12/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3414933
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