Qualquer olhar nunca mais me alcança
Minha alma descansa no absurdo silêncio
Num silêncio absoluto que só eu sei fazer
Estou muito além de todas essas palavras
E o que significam está muito aquém de mim
Nada nem ninguém, coisa alguma me apraz
Olhar ou não olhar mais, tanto faz...
Assim ou de qualquer modo se perder enfim
Ou enfim nunca mais precisar caminhar
Assim só por sonhar e não ser nem querer
Assim só por viver como se a qualquer minuto
Num minuto qualquer fosse minha hora de morrer...
Enquanto a vida acaba, outro ano vem
Como se tudo fosse novo, como se tudo fosse...
Como se de novo tudo viesse por acaso ser
Como se tudo pudesse ser ou não ser
Ou talvez apenas ser diferente
De tudo isso que talvez fosse viver...
Enquanto o ano acaba, a vida vai
Como se fosse ou pudesse ao menos ser
Como se pudesse mesmo ir e fosse
Para aquele mesmo ponto no tempo
Um segundo antes de ver você partir...