Iluda-me
De repente brota um sorriso
Como há muito não brotava,
Como há muito não sentia,
Pois há tempos não sonhava.
Não sonhava alegria,
Não sonhava coisas boas,
Não usava ousadia,
Só fazia coisas à toa.
Novamente o coração disparou,
Novamente a boca sentiu
O gosto desse sabor
Que se destaca misturado a mais de mil.
A pele, o toque, tudo é diferente.
O cheiro inconfundível
Tudo é uma mistura ardente.
A espinha dorsal fica um gelo,
As pernas mais leves que pluma,
E o cérebro logo faz um apelo:
“Coração. Por favor, se apruma!”.
Já é sabido que é perdição,
Mas ninguém explica o mistério.
De repente desalinha o coração
E tira o consciente do sério.
De repente começo acreditar em magia,
Em um mundo de conto da fadas.
Esqueço de todas as vezes
Que meu coração já caiu em ciladas.
Fica forte, fica intenso,
Fica excitante esse jogo.
O tempo passa e eu não penso,
Cada dia fico mais bobo.
Sensação inevitável
De que a felicidade está por vir,
E a vida fica viável
Se tenho você pra mim.
Eita coração vagaroso,
Que nunca percebe o perigo.
Eu fico romântico e carinhoso
Se você está comigo.
Doce ilusão que eu insisto em viver,
Machuque meu coração
Que eu vou devorar você!
Walter Vieira da Rocha
30 de dezembro de 2011 às 21:20h