Ainda o amo,apesar do tempo e do peso das décadas.
Ainda amo,hoje
Amanhã não sei...
Nem sei se serei...
Se seremos nós...
Não sei ou saberei dizer,
Que garantias a vida nos dá?
Alimentamos tantas ilusões no início da vida,
Só para descobrir que os sonhos são perecíveis.
E esse maldito orgulho meu me impede de admitir
Que amar implica em não se ter vergonha.
Há palavras entaladas na garganta
E esse silêncio abissal que não cessa
Quando bastaria uma palavra apenas
E você nada diz!
E essa dor teima em não cicatrizar
Queima até o âmago
São mágoas que como chuva ácida
Matam as flores do sentir...
E nós estamos desfazendo um elo
Que no passado julgamos inquebrantável
A nossa eternidade está se esgotando
Ouço o barulho da areia caindo...
Resta-nos pouco tempo
Para quem sabe deixar escapar esse amargor
Ou sorver cada gota dele e finalmente deixar morrer
De uma só vez, tudo que nos uniu.