Ainda o amo,apesar do tempo e do peso das décadas.

Ainda amo,hoje

Amanhã não sei...

Nem sei se serei...

Se seremos nós...

Não sei ou saberei dizer,

Que garantias a vida nos dá?

Alimentamos tantas ilusões no início da vida,

Só para descobrir que os sonhos são perecíveis.

E esse maldito orgulho meu me impede de admitir

Que amar implica em não se ter vergonha.

Há palavras entaladas na garganta

E esse silêncio abissal que não cessa

Quando bastaria uma palavra apenas

E você nada diz!

E essa dor teima em não cicatrizar

Queima até o âmago

São mágoas que como chuva ácida

Matam as flores do sentir...

E nós estamos desfazendo um elo

Que no passado julgamos inquebrantável

A nossa eternidade está se esgotando

Ouço o barulho da areia caindo...

Resta-nos pouco tempo

Para quem sabe deixar escapar esse amargor

Ou sorver cada gota dele e finalmente deixar morrer

De uma só vez, tudo que nos uniu.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 30/12/2011
Reeditado em 31/12/2011
Código do texto: T3413515
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