OS FORASTEIROS
OS FORASTEIROS
I
EM TODA CIDADE É ASSIM,
NEM SEMPRE DÃO VALOR AO TALENTO DA TERRA.
SEJA NA MÚSICA, NO COMÉRCIO, NA ELETRÔNICA.
ELES CHEGAM DEVAGAR, ALUGAM UM PONTINHO
EM POUCO TEMPO ELES VENCEM A GUERRA.
II
ELES VIRAM GRANDES COMERCIANTES,
NA NOVA CIDADE QUE ENTROU.
AOS COMERCIANTES DA NOSSA TERRA,
OS CONTERRÂNEOS NÃO DÃO MUITO VALOR.
III
VEJA OS COMERCIANTES,
QUE VALENTE TEM.
A MAIORIA É DOS VISITANTES,
QUE VENDEM BEM.
IV
ELES CHEGAM TÍMIDOS,
QUASE SEM ACREDITAR.
INSTALAM SEUS PEQUENOS COMÉRCIOS,
E COMEÇAM A PROSPERAR.
NUNCA MAIS A SUA TERRA,
ELES QUEREM VOLTAR.
V
OS FILHOS DA TERRA, QUININHO, CLEILTON E OUTROS,
QUANDO VEM A SUA CIDADE CANTAR,
POUCAS E POUCAS PESSOAS VÃO À PRAÇA,
PARA O SEU CONTERRÂNEO PRESTIGIAR.
ENQUANTO LÁ FORA FAZ SUCESSO,
AGENDAM NOVAMENTE PARA ELES VOLTAR.
VI
AQUI EM VALENTE É SEMPRE ASSIM,
BASTA UM CANTOR DE FORA ANUNCIAR.
QUE POR VALENTE VAI PASSAR,
PARA A CASA DE SHOW LOTAR.
VII
EU SENTIR NA PELE EM NOVA CANAÃ-BA,
POR UM POEMA QUE FIZ SOBRE A CIDADE.
LÁ EU FUI MUITO APLAUDIDO,
PELA POPULAÇÃO DE VERDADE.
VIII
EU TAMBÉM CHEGUEI A CIDADE DE IGUAÍ-BA
COMO UM DESCONHECIDO.
FIZ MAIS UM POEMA SOBRE O SÍTIO,
FOI PELO POVO APLAUDIDO.
IX
NÃO ESQUECENDO A CIDADE DO SENHOR DO BONFIM-BA,
QUE EU FIZ UM POEMA DA CLÍNICA POPULAR.
TODOS OS FUNCIONÁRIOS E PACIENTES QUE ESTAVAM LÁ,
VIERAM ME ABRAÇAR.
X
AQUI NA MINHA TERRA
POUCOS ME DÃO VALOR.
SE FOSSE UM POETA OU UM TROVADOR DE FORA,
APLAUDIAM MAIS, SIM, SENHOR.
AUTOR: NOÉLIO
VALENTE, 07/10/2011.