A Face do Fim
Tudo voltou ao normal:
A paz, o amor, o progresso...
Tudo!
Todas as coisas se impregnaram dinovo de vida,
Da vida viciosa, banal
- essa vida que creditam a Deus;
O céu se despiu
E vestiu-se duma treva perene,
Perene como o trem perdido,
A quem chamam Tempo;
A chuva de março não veio,
Não veio-me a fama de louco
E meu peito voltou a bater, racional;
As flores do acaso murcharam,
Meus sonhos infantes morreram;
Voltei a ser quem não sou
- veio o sol da rotina bulir minhas noites;
A Luz (de repente) voltou ao torpor,
Tudo voltou ao normal,
Acendeu-se o fim
Quando o anjo mostrou-me sua face.