POEMA DO REENCONTRO

Assim pequeno como és,
me guardas dentro de ti
e me exibes quando necessitas
da força que ainda não tens.
Pelo dia, sou tua muralha,
teu ponto de referência,
teu aconchego.
Sou tua escada, para o doce mais alto,
teu cavalo, na cata ao bandido.
Mas à noite,
ponho-te ao colo para que repouses
as travessuras do dia.
E, quando dormes,
sou eu que te guardo dentro de mim
e tomo a tua força
e me aninho em teu colo
e me deixo levar pela tua mão.
Tens o poder de descobrir os cantos
em que guardo, inconscientemente,
a felicidade.
E pelos teus caminhos vais me mostrando
tudo o que eu esqueci dos meus.
E quando me surpreendes no erro,
não me dás o quarto fechado como castigo,
mas a doce e paciente compreensão
dos inocentes.
E quando me perco em alguma vereda da noite,
voltas a me encontrar.
Então, com os olhinhos brilhando,
a mão estendida,
vais me falando da sublime poesia
que há no reencontro.
É assim, pois, meu filho, que te preciso,
muito mais que tu a mim.
Ah! Pudera nunca esquecer-me disso...
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 28/12/2011
Reeditado em 24/07/2014
Código do texto: T3411052
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