PALAVRAS SEM IDIOMA
Minha palavra não deixa a lingua se entregar com as mutilações.
O meu verbo pode ser manco mais
não está aleijado...
Existe sim, seres que sem braços, abraçam a dor
e outros correm sem chão ,sem pés,
pisam nas chamas, que chamam, alardeam
as iras inexplicáveis das diferenças.
Minha palavra protege a lingua da morte, mesmo no estado de luto.
Se o meu verbo não sabe dar a vida,
deve dar o tratamento...
pelo amor, a compaixão,
contra as concentrações tecnológicas
energéticas de mágoas,
explosivos que comemoram com as chuvas das
cinzas do espírito humano.
A minha palavra não tem idioma,
tem lingua diabólica...
que não salva esse mundo.
O meu verbo está longe de ser sagrado,
mas sabe orar pelas virtudes humanas.
Mesmo que poderosos sem corações
encharquem -se de sangue,
em raciocínios sem neurônios percam a cabeça,
julgando-se como Deuses... com chifres coléricos sentenciem:
-Ao diabo com os homens e o planeta!