PALAVRAS SEM IDIOMA

Minha palavra não deixa a lingua se entregar com as mutilações.

O meu verbo pode ser manco mais

não está aleijado...

Existe sim, seres que sem braços, abraçam a dor

e outros correm sem chão ,sem pés,

pisam nas chamas, que chamam, alardeam

as iras inexplicáveis das diferenças.

Minha palavra protege a lingua da morte, mesmo no estado de luto.

Se o meu verbo não sabe dar a vida,

deve dar o tratamento...

pelo amor, a compaixão,

contra as concentrações tecnológicas

energéticas de mágoas,

explosivos que comemoram com as chuvas das

cinzas do espírito humano.

A minha palavra não tem idioma,

tem lingua diabólica...

que não salva esse mundo.

O meu verbo está longe de ser sagrado,

mas sabe orar pelas virtudes humanas.

Mesmo que poderosos sem corações

encharquem -se de sangue,

em raciocínios sem neurônios percam a cabeça,

julgando-se como Deuses... com chifres coléricos sentenciem:

-Ao diabo com os homens e o planeta!

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 09/01/2007
Reeditado em 23/01/2007
Código do texto: T341026