Pepita de São Francisco
Ana Stoppa
Não... não era uma menina,
era muito mais que isso...
Era uma linda basset,
da família das caninas...
Não falava como os humanos,
mas encantava a Esther,
com a ternura no olhar
e um mar de amor para dar...
A pequena era sapeca,
amiga, levada da breca,
distribuía carinhos,
adorava um colinho...
A poetisa, encantada,
adotou-a como filhinha,
entregou todo o amor
à pequena cachorrinha...
Pepita, assim se chamava,
era a alegria da poetisa...
Foram longos doze anos,
de amor e muitos planos...
Mas um dia, São Francisquinho,
lá do céu com seus bichinhos,
quando viu Pepita brincar,
disse: dela vou precisar...
Pois, Pepita então seria,
a princesa da alegria...
Faria a grande festança,
para acabar a nostalgia!
Para fazer a passagem
e chegar até São Francisco,
Pepita adoeceu,
ficou em estado de risco...
A querida poetisa,
muitas lágrimas derramou,
quando pressentiu um dia,
que Pepita partiria...
Afagos, carinhos, ternura,
recebidos da pequena,
inundavam o coração,
na dor da separação...
Hoje Pepita faz festa,
ao lado de São Francisco,
no céu de muitos animais,
sem sentir mágoas ou ais...
Quando chora a poetisa,
sentindo a sua falta,
Pepita pede ao Santo,
que enxugue dela o pranto!
Muito obrigada, querida Ana,
pelo seu carinho em forma de poesia,
que afagou meu coração!
Beijo em sua alma iluminada, Esther