mim
já dediquei muitos poemas
aos amigos que tanto amo.
hoje que dedicar este a mim.
incertezas, confusão, delírio
é o que compõe meu estado
de espírito. alegria, solidão,
desarmonia, amor, desamor,
sensibilidade, intelectualidade,
afã, prisão e liberdade também.
dedico isto que chamo tão mal
expresso de poema moderno a
uma pessoa que não entende o
que significa as relações de afetos
recíprocos efetivimente, que não
entende o porquê de tanto, tanto
desafeto do homem para com o
o homem, que não suporta nem
entende a comum falta de tudo
que tanto padece a humanidade,
que não escreve coisa com coisa,
que é emocionalmente masoquista,
que precisa aprender a viver e a
entender o quebra-cabeça que é
a tão agredoce expeciência que
comumente, desavisadamente,
chamamos de expeciência de vida,
que sonha em sonhar um sonho,
que ama sem saber amar, que não
aceita as convenções impostas por
alguns poucos: João Paulo Rodrigues.