Recolho-me,
num sufocante silencio,
adentro a noite,
tardo o viver,
balbucio as agonias,
só minhas...
tão minhas...
tristemente minhas...
com um peso tão grande,
um mundo nas costas...
Cerro os olhos,
cerro os dentes,
tão descontente
comigo mesma...
vou calar a voz,
ensurdecer os ouvidos,
quero um lugar escondido
pra enterrar o laço
d'um sonho de um abraço,
de um sonho não vivido...
Esgotada de tudo,
de olhos encharcados,
recolho-me,
refugio-me,
silencio minhas ações,
não almejo confusões,
apenas silenciar...
descansar...
olhar para o teto,
olhar pra dentro
e viajar no infinito,
deter os pensamentos...
... todos tão corrosivos...
Vou adormecer,
silenciar a alma,
escurecer...