Recolho-me,
num sufocante silencio,
adentro a noite,
tardo o viver,
balbucio as agonias,
só minhas...
tão minhas...
tristemente minhas...
com um peso tão grande,
um mundo nas costas...
 

Cerro os olhos,
cerro os dentes,
tão descontente
comigo mesma...
vou calar a voz,
ensurdecer os ouvidos,
quero um lugar escondido
pra enterrar o laço
d'um sonho de um abraço,
de um sonho não vivido...

 
Esgotada de tudo,
de olhos encharcados,
recolho-me,
refugio-me,
silencio minhas ações,
não almejo confusões,
apenas silenciar...
descansar...
olhar para o teto,
olhar pra dentro

e viajar no infinito,
deter os pensamentos...
... todos tão corrosivos...

 
Vou adormecer,
silenciar a alma,
escurecer...





DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 26/12/2011
Código do texto: T3407672
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