[Ah, se Elas...]

Feito um jogador viciado em perder,

eu andei doido na vida, muito doido,

e pela estrada afora, eu vendi barato

as ilusões todas, todas...

Mas, outro dia, eu acordei,

e pensei que o tempo bem pode ser circular,

quem sabe se voltando, eu novamente...

Vi o absurdo, mas exclamei num hausto —

ah, se eu visse a "Vilma";

ah, se eu visse a "Sonia",

ah, se eu visse a "Maria Helena";

ah, se eu visse a "Clara";

ah, se eu visse a "Ana Lucia";

ah, se eu visse a "Vera Ligia";

ah, se eu visse a "Elsie";

ah, se eu visse a "Claudete",

ah, se eu visse a "Luciana";

ah, se eu visse a "Regina Lucia";

ah, se eu visse a "Raquel";

ah, se eu visse a "Tahis";

ah, se eu visse a "Cíntia";

ah, se eu visse a "Patrícia";

ah, se eu visse a "Elisa"...

Ah, se eu visse todas elas, todas,

e mais aquelas de que não me lembro mais...

Ah, eu pousaria novamente os meus lábios

nos lábios delas, e pensaria que vida minha

não passou, ou então, se passou,

de todas elas, nenhuma mágoa ficou...

Ah, todas elas fizeram brilhar os instantes,

por elas, valeu ter vivido tudo que vivi!

Ah, se... ah, se... Um outro hausto desses,

e vou me matar de tanta autopiedade!

[A síntese real destas palavras todas:

no amor, eu assumo, fui um perdedor!]

______________________

[Desterro, 24 de dezembro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 26/12/2011
Reeditado em 28/12/2011
Código do texto: T3406686
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.