Silêncio

Silêncio

Olho o silêncio do quarto,

Sinto o bater do coração,

O aperto das mãos sem nada,

Tudo é penumbra, pó,

Restos de uma vida atribulada,

E de um coração que pede uma pausa,

E a vida corre sem destino,

Sem rumo, sem causa.

O olhar fica impenetrável,

Brilha na emoção sem sentido,

Tanto choro não lava a mágoa,

E o dia cheio de reboliço,

Não faz diferença, nem quebra o enguiço,

Sou só um algarismo na agenda,

Que se perde no tempo,

Que se perde da sombra, na indiferença.

Nenúfar 25/12/2011