Percalços
Olhei ao redor e não vi horizonte
enxuguei com o dedo o suor da testa
continuei a subir o monte
e molhar de suor minha roupa modesta
cruzei avenidas, passei pela ponte
mesmo ao saber que não tinha festa
que ao fim da jornada estaria defronte
a realidade que me molesta
por onde eu ande a quem me aponte
há muita gente que me detesta
e por mais que haja quem me afronte
ainda encontro quem me atesta
por mais que ao caminho um ponteiro desponte
hei de seguir aparando aresta
por mais maldades que alguém me apronte
e a refeição seja indigesta
que não me deixem beber da fonte
e só ver a luz através da fresta
eu não serei mais um rodamonte
ou bizarrice que aqui se gesta