O Guardião Cego
Bardo,dê-me o som de seu choro
Pelas florestas negras andarei
E assim relembrarei
A magia que fizemos em coro
Adeus meu amigo
Eu sou viajante de horas
Guiado pelas bênçãos sonoras
Meio coração levo e meio deixo contigo
Não temo o medo
Nem as lágrimas da decisão
Sei que foi tarde mas agora é cedo
Pisarei cada passo com precisão
Eu viverei para testemunhar
Os banidos do santuário
Voltarão a seu lar com traje áureo
Para contar as lendas do mundo crepuscular
Andando, grama macia em meus pés
Brilho solar no rosto
Este novo mundo é magnífico composto
Paz... tranqüilidade ao invés...
Segredos de um passado futuro
Eu os desvendei com um toque
É preciso cuidar,estar seguro
Para que o tempo não o enforque
Imaginações do outro lado,alguém ainda procura
O que sente a árvore protetora
Dá seu corpo a cada calejada criatura
Natureza,a caridosa amadora
Eu enfrentei, a outra guerra sagrada
Ao milésimo eclipse deflagrada
Mas,felizmente a guerra acabou
E nenhuma vida roubou
Olhos luminosos
Definem os magos mercantes
Anciões de feições marcantes
Eles não são perigosos
Devagar,as margens da lagoa
A deusa cristalina
Oferece-me seus olhos de menina
Recuso,ela sorri,não se magoa
Peço-a uma dança
Nos espelhos de água saciante
Dançamos,enquanto durmo em seu balé viciante
Neste sonho,guardei minha herança
Despedimo-nos,”adeus amante solitária
Que maçãs brancas nasçam
E que te façam
Infinito na tua correnteza solitária”
Andando, pelos bosques amarelados
De espíritos anilados
Que viveram em paz até morrer
E aqui decidiram pela eternidade viver
Um deles me conta uma história:
“200 elfos arqueiros
Por seu lar,contar mil guerreiros
Sem matar,conquistaram vitória”
“Um deles,Aaron In Rolhalla
Sacrificou-se para salvar um adversário
Ele não o queria alvejar
Hoje e sempre,é um imortal em Valhalla”
Agradeço,digo adeus e sigo
A jornada me chama sem perigo
Por algum lugar além
Da direção onde o vento vem
Adentro a tempestade lacrimal
Espetáculo ininterrupto
Alimento o bom, afoga o corrupto
E nos guia com nosso sinal
Ah, Mordor,terra viva
Lar dos pacificadores
Maternidade dos frutos dos amores
Futuro que apagou passado de vergonha destrutiva
Meu caminho é depois das muralhas
Lembranças ruins das batalhas
O inferno que o senhor dos anéis construiu
Glória a Frodo, o anel e o lar ele destruiu
Eu sigo, às montanhas do norte
A história, lá terminará
E meu coração enfim ouvirá
“Bem vindo à sua morte”
Sim, eu testemunhei tudo
Vi tudo,contudo
Nada vi,não nego
Pois sou apenas um guardião cego!