Como é bom ter a Liberdade para os nossos pensamentos

Na liberdade dos meus pensamentos

Vou até você

Vou ao passado

Vou ao futuro

Ou, Vou além...

Na liberdade dos meus pensamentos

Vôo rasante sobre o mar

Visito os guetos, as favelas e as sarjetas.

Escrevo palavras de amor

Na liberdade dos meus pensamentos

Realizo os meus desejos dispersos pelos cantos

Ando sobre as cidades poluídas

Preparo o melhor cozido pela melhor receita

Enterro a espada na barriga dos inimigos do Rei

Na liberdade dos meus pensamentos

Me limpo das vaidades na clausura do medo

Corro pela avenida acima da velocidade

Adentro aos lares queridos

Molho os meus pés nas corredeiras

Ouço as músicas do meu coração

Na liberdade dos meus pensamentos

Choro a falta dos amados

Crio a magia do obeso à magreza esquelética

Ando pelos campos floridos, pelas montanhas azuis.

Caminho na noite escondido pelas sombras

E das sombras me escondo no caminho da morte

Na liberdade dos meus pensamentos

Retrato os meus amores num presente contemplativo

Deixo a saudade me dominar

E o futuro fico a imaginar

E lamento as faltas e, lamento as sobras.

Na liberdade dos meus pensamentos

Olho as carnificinas e limpo o sangue com a minha camisa

Escorro pelas veias o líquido sujo e loucamente entorpeço a própria vida que nunca terei

Na liberdade dos meus pensamentos

Liberto a pátria, a cidadania, a educação, a dignidade e o respeito

Da ignorância, do atraso e das vaidades.

Beijo os teus lábios e acaricio os teus cabelos

Lanço os inimigos ao fogo e os falsos amigos ao mar

Na liberdade dos meus pensamentos

Minha alegria se contradiz na amargura dos inocentes

Recolho indigentes à minha casa e lhes ofereço comida

Agasalho o sol, a chuva, o vento e as marés.

Salvo o mundo e me recolho a mim mesmo

Sinto-me um herói sonâmbulo que ao acordar não

Acredita que matou o seu melhor amigo.

Robertson
Enviado por Robertson em 23/12/2011
Reeditado em 23/12/2011
Código do texto: T3403569