ESBOÇO

MANOEL é barro
Chão
Pedra
Bicho rasteiro
montes
BARROS!

ADÉLIA é céu
Dela e de muitos
mulher desdobrável!
Firmamento
Divindade
Estrela da palavra!
É terra,
PRADO verdejante!

CORA é raiz
Corais
Menina
Aninha
Que se aninha
Nos becos de Goiás
Divina
CORALINA!

QUINTANA é fonte
Sem pontes, limites, fronteiras.
Horizonte é MÁRIO
Mágico com cartola-universo
Escancarada, soturna,
aberto.

PESSOA são muitos.
Muitas pessoas.
Ah! Múltiplo FERNANDO!
Audaz, mutante, heterônimos...

CECÍLIA é infância
Bonita solidão
MEIRELES,
melada de sorvete de pó de lua
"nua sob o crepúsculo.
Borboleta e seu jardim
e uma vida inteira no vôo delas!"

DRUMMOND é viagem,
andarilho social
Andrajos, ANDRADE!
Paisagem retorcida
Caminhos rotos
Desejos de recomeço
ajustes, consertos!

RUBEM é ipê amarelo.
É criador nas criaturas.
O divino nas flores, nas crianças,
na feira...
ALVES, alvos montes
Vastidão
Mar aberto
Caminho apócrifo
Reflexão!

VINÍCIUS é amor
Paixão, tesão
Dança
Contramão
Tempo
existência
Fogo
Imortal
Imoral
MORAES!

 
CLARICE é escuridades
delírio
exílio
introspecção
Indecifrável luz
Epifânica LISPECTOR!


Nesse "caldeirão poético"
sou palavra temperada
com tantas outras.

Adélia me inflama a fé.
Drummond cutuca-me vaidades.
Cora mostra-me o ontem.
Quintana aponta-me horizontes.
Cecília faz-me menina de novo.
Fernando multiplica-me.
Rubem me faz florir...
Vinícius me faz amor.
Manoel "me coisa"
Coisamente!

 
Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 23/12/2011
Reeditado em 30/10/2012
Código do texto: T3403415
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