SEM ALGEMA
Mulher incompreendida, mal amada, subjugada e humilhada tu faz parte de um passado remoto, luzes de lampião, senhores de engenho. Viveste o tempo da sinhazinha e do vestido de renda. Coração partido, galopando nas charretes junto as mucambas. Séculos da algemas e terrores que não voltam mais... Agora abre teus braços mulher, tua liberdade, força, beleza, direito tudo isto é teu... Honra e respeita teu nome, corre despida de todas as frustrações, sente teu corpo nu na chuva, no vento, na cama e na grama. E na cama de teu amor solta teus sentimentos, teus seios, teus cabelos, tuas realizações, grita bem alto quando te ofenderem e te machucarem rebate com o chicote firme quando te humilharem, caminha de cabeça erguida e procura justiça quando te negarem a liberdade. A vida é tua, só tu decides o que queres. O antigo senhor de engenho agora é teu escravo, louco e manso no redemoinho do teu poder. Esquece as algemas que dilaceravam o teu corpo. Domina este universo onde tu mulher sofreste e penaste até a libertação. És tu mulher, que traz a vida ao mundo, sem a mulher o homem não existiria, vamos algema-lo ao nosso mundo de superioridade, tona-lo cativo, usa-lo e feri-lo como fizeram conosco no passado, vê-lo vencido precisando do galope para caminhar e do cérebro feminino para se complementar. Mulher hoje somos fortes, podemos mostrar nossa beleza desnuda e sensual, não precisamos mais pedir, chorar e implorar. Já podemos exigir e mandar.