Refúgio Salutar

Tem dias que eu não quero dizer nada,

Nem mesmo escrever coisa alguma.

Às vezes, me canso do ato solitário

de me recolher em meu quarto,

me aprisionar ao que sozinha não posso mudar

Gosto de ficar como folhas ao vento,

voando lentamente em meu suposto vazio

isenta de qualquer compromisso,

sem lugar determinado para ancorar sentimentos.

Deixar-me levar pelos comandos da natureza.

Mas, de repente escuto,

Um grito, um convite, ou qualquer

coisa que me impele a empunhar

a caneta, dar cabo dessa bobeira,

essa preguiça mental.

Há um refúgio salutar que me espera,

o escrever, nele me reencontro.

Escrevo para triturar insatisfações.