Aos Deuses do Olímpo
Peço-lhes,
Imploro em um arquejo que me ouçam;
Oh! Grandes Deuses do Olímpo.
Para que arranque dessa reles mortal
esse sentimento esquisito
que até então era desconhecido.
Não sei ao certo o que é...
Pode ser tudo, menos o sentimento predestinado por Afrodite.
Amor do qual vocês me deram a honra de senti-lo.
Este é fogo,
volúpia,
é tudo o que não tenho,
o que quero e desejo...
Oh! Eros,
foste tu,
quem desprendeu-me da consciência.
Mesmo tendo essa realidade incerta e tão mundana,
tento me abster de teus laços imortais
e por que não dizer, tão malignos.
Diz-me, porque me escolhestes?
Eu tão pequena, ingênua e iniciante em tuas veredas.
Logo eu que pensava que me conhecia,
e até mesmo me racionava emoções que provem de certas fraquezas.
Hoje descubro que meus instintos são fortes, mas se segui-los,
o único caminho que trilharei será o da perdição e da involução animalesca.
Tende de piedade de mim;
Oh! Grandes Deuses do Olímpo,
eu que nem acredito em vós.
Apenas recorro, pois parece-me concreto nesse último ato de devaneio,
para quem se pedir algo quase impossível, quase uma lira.
Peço-lhes que ordenem para aquele homem,
que me devolva a paz,
para que me devolva a razão...
***