Distancia perversa

No arranhar dos ossos entrelaçados

Faz dificultosa a respiração

Tamanha é a saudade

Que escraviza a sensibilidade do desejo

Transformando a ausência numa eternidade.

Ao som da lembrança escorre o passado

Num riacho raso e curtinho

Carregando os pensamentos vividos

Chorando os não conseguidos

E buscando ainda o desconhecido.

A solidão defuma a alma

Com uma fumaça pesada e poluída

Tira o mau cheiro das feridas

Entretanto conserva a dor

Transformando o individuo em sofredor.

A distancia coroe o sentimento

Como uma maresia ao bater no ferro

Fazendo sumir aos pouquinhos

Consumindo o real

E transformando em algo imaterial.

Algo que não conseguimos alcançar com os olhos

Porém o coração transforma numa imagem

Não nítido para os sentidos,

Mas intocável para a situação

Quão grande é a falta que crucifica esse coração.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 08/01/2007
Código do texto: T339955
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