MENSAGEM

Parem, no minuto seguinte

e examinem a outra face,

a fase desmembrada do cortejo temporal

do homem alucinado!

Atravessem as trevas loucas e espionem as montanhas,

cogumelos verde-amarelos famintos,

ajustados numa progressão piramidal,

inclinados para o poente

vermelho, rubro, quase noite,

embora o vento favoreça todos os pontos!

Amenizem a morte estúpida da ave tola

que não mais cantou,

na porta do viveiro experimentado,

e as suas penas expiraram, no sentido perverso do medo demagógico!

Catem todos os lixos dos burgueses deslumbrados,

acobertados pela vã filosofia de um ser para cada ter,

quando o ter nem sempre corrobora o verdadeiro enigma do ser!

Sepultem as idéias dos cérebros calcinados pela maldade aristocrática

dos grandes feudos submundanos, das oligarquias periféricas,

desastradamente cosmopolitas e desagregadoras, animalescas e explo-

radoras

dos paupérrimos proletariados descontentes, incompetentes e inope-

rantes!

Violem todos os jazigos dos falsos e parasitas do poder,

que, apoiados por uma classe esplendidamente subalterna e subser-

viente,

dilapidaram, sorrateiramente, o rico erário das nações subdesenvol-

vidas,

cretinas e subjugadas da nossa pobre América latrina!

Critiquem todos os programas de ajuda desumanitária.

que só ajudam matar a fome de podres poderes,

e desorganizem as famigeradas e grotescas invasões,

sem um mínimo sentido prático,

das grandes fazendas geradoras de renda e emprego,

por uma classe sem vergonha da sua própria hipocrisia, comandada

por parvos

e parcos ladrões da consciência miserável, dos imbecis sem terra

e sem teto!

Desarrumem todos os ármarios e gavetas, dos arquivos das burocracias

displicentes,

geradas nas entranhas dos quadros quadrados, das ditaduras popula-

res e populistas,

dessas pseudo democracias abstratas, dessas pseudo siglas de pseudo

esquerda,

proliferantes em todos os territórios (des)governados por canalhas

travestidos de anjos,

porta-vozes de um absolutismo coronelista, disfarçados por um ativis-

mo sindical,

preponderantemente desonesto, factual e desabonador de conduta

social!

Lavem, pelo amor de Deus, os sangues derramados nas calçadas imun-

das,

das ruas desertas e descalças das favelas abandonadas e esquecidas

nas sujas metrópoles,

jorrados através dos buracos diametralmente formados por balas farda-

das e fraudadas,

no insigne vai e vem das patentes alojadas

nos quartéis desqualificados da polícia tupiniquim!

Saciem, pelo amor de NSJC, a fome desses famintos abomináveis

bolsas-família,

que não servem mais para nada do que simbolizar um parafernálico

país,

onde o pedir e o precisar valem mais do que o trabalhar e o produzir,

onde a miséria decadentíssima sugere mais sufrágios que a racionali-

dade de classes!

Desobstruam os esgotos das grandes vias das enormes cidades,

verdadeiros escoadouros das vaidades, injúrias, gulas, traições, iras,

invejas apocalípticas,

covardias, adultérios, mentiras de todas as formas e tamanhos,

praticados nos escurinhos dos cinemas e embaixo dos lençóis alvos

e caros, da aristocracia decadente!

Cuidem, orem, salvem, libertem, os nossos jovens das masmorras

dessa sociedade

pervertida e idólatra, que os oprime em todos os segmentos

e os excluem dos processos sócio-educativos democráticos do mundo

hodierno,

empurrando-os para um caminho degenerativo das mentalidades

mediocrisadas,

dos meros conceitos do ¨¨está bem assim, deixa estar assim¨¨!

Matem esse leão assassino, essa besta audaz, que cerceia os nossos

movimentos,

voraz, a comer nosso cérebro, numa antropofagia desgastante,

epilogando as idéias nos morredouros das margens virgens!

Afinal, afrouxem os laços dos pescoços dos indivíduos que estre-

bucham,

balançando, em cada ponta de cada corda, estendida nos varais da

existência,

profundamente corroída pelos atos inconcebíveis e inconsequentes

gerados nas vísceras descarnadas dos quartos impuros e infectos

da pobreza fabricada nas choupanas semidestruidas pelo vento

que sopra das brasílias adormecidas!

odlino oinotis
Enviado por odlino oinotis em 20/12/2011
Reeditado em 21/12/2011
Código do texto: T3399245
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.