Mãos
Ao olhar as mãos, surpreendo-me com a mobilidade – quase-tato.
Alheios ao tempo, os dedos movimentam-se desapercebidamente.
É em mim fluir de sangue à procura dalguma pele – entre-carne.
Instrumento inábil para reter os objetos imateriais do cotidiano.
Volta e meia, ela – as mãos – aprisionava os pássaros pegos nas antigas arapongas.
Furtaram-lhes o vento que ia ventando, como se fosse brisa – livre.