Mãos

Ao olhar as mãos, surpreendo-me com a mobilidade – quase-tato.

Alheios ao tempo, os dedos movimentam-se desapercebidamente.

É em mim fluir de sangue à procura dalguma pele – entre-carne.

Instrumento inábil para reter os objetos imateriais do cotidiano.

Volta e meia, ela – as mãos – aprisionava os pássaros pegos nas antigas arapongas.

Furtaram-lhes o vento que ia ventando, como se fosse brisa – livre.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 20/12/2011
Código do texto: T3399224
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