VIDA!
VIDA!
Vida!
Foste minha descoberta o tanto que minha solidão,
De tanto te olhar me venci ao medo de te perder,
Pois, o quanto mais te quis, mais de mim fugiste,
O quanto mais te amei, mais de ti esqueci,
Tonaste-te para mim um algo impossível.
Vida!
Em tempos eternos não poderei de ti levar recordações,
Em meus dias na terra não poderei te fazer o melhor do que desejo,
Por isso, faço de tuas lembranças um grande valor de amor,
Sabendo que aos dias que se seguem, te perco para o esquecimento,
Choro diante da verdade! Aos prantos vivo este meu tormento.
Vida!
Em que posso acrescentar como ganho a tua perca?
Festejar-te-ei aos delírios por tua passagem passageira?
Far-te-ei a mente um dolo de pesar a que de ti ganhei?
Saborear-te-ei por lamuria de farrapos de trapo das minhas ilusões por ti?
Cansado de percorrer por teu gosto, me entregarei à devassa podridão?
Vida!
Não me deixes ir sem te experimentar como se deva a existência,
Não faças do meu festejo um sopro ao além da pura realidade,
Não me permitas a mim, de ti apenas um sonho vazio de conturbadas ilusões,
Não te aceites apenas por objeto da mente, pensada, imaginada, a razão algo inválido,
Não te finde a simples expectativa sem promessas ditas.
Vida!
Como poderia olhar-te por olhos de engano ao que tens de valor?
Como poderia te significar com sentido de algo inóspito ao puro divino?
Quando enquanto te querem aos desejos, por ti espero ao puro amor,
Aos que te vêem na viração do dia, te fazes brilhar como encanto passageiro,
Mas, de tanto te observar, atrevo-me a uma admiração por ti enquanto eu existir!
Vida!
Resumo meu dito: Não estagnarei meus sonhos contigo,
Mas esvaziarei de mim as idéias infundadas no meu mundo sonhado.
Finalizo: Não viverei o desespero da tua falta por faltares,
Mas carregarei em minhas lembras toda bela impressão de tua imagem.
Tu foste o máximo em teus valores a mim, sempre, o meu admirável sem fim.