As Escolhas
O quê somos
O quê fomos
O que seremos
Depende do quê queremos
colher.
Semeamos e Colheremos
Ceifa . dura
Colher de Mel
ou
Colher de Fel
Tal escolha . Tal colheita
Colher de Losna
Vermelho Campari
Cereja Vermelha
Jujuba de Gosma
Fomos – semeamos.
Somos – ceifa
Seremos, colheremos.
A Seara amadurece
Não adianta cobiçarmos
o campo alheio.
A escolha do fruto foi nossa
Trigo
Milho
Cardo
Tal semente
Tal somente
L.L. Bcena, 18/09/2011
POEMA 520 - CADERNO: POEMAS AZUIS*
*Dedicado ao meu filho, Phill.
AZUL
Uma vanessa tropical travou na campânula
de uma ipoméia
o vôo oscilatório e helicoidal.
Dobra o quimono de franjas sinuosas,
marchetado e hachureado
com minérios de cobre:
aréolas, anéis, jóias concêntricas,
olhos de íris elétrica e de pupila enorme,
ocelos de um leque de pavão.
Sinto o perfume da flor nova,
com mais dois estames, buliçosos,
e quatro pétalas, de um esmalte raro,
molhadas nas tintas de céus fundos,
e cromadas com faiança das lagoas...
João Guimarães Rosa – in: MAGMA
PS- Phill,
observe que no corpo do poema não aparece o vocábulo 'AZUL', mas o poeta nos arremete a variedade de substantivos azuis e daí o título do texto (coisas de poetas, sobretudo do grande J.G.R).
Leonardo Lisbôa.