Insignificante

Como bela estrela singela

Fulgura sozinho, cinzento

No brilho do sol que inicia

Ali, plantado, estranho

Perdido na luz da manhã

Infame, nem Rígel nem Vega

Nem Sirius, nem Pólux, Capela

Provável, estrela qualquer

Obscuro e desconhecido

Sonhando em ser descoberto

Um dia ser Aldebarã

Vagando sozinho no mundo

Sem rumo, sem norte, sem prumo

Indo de lado pra lado

Afim de expiar o pecado

De não ter comido a maçã

Passado e futuro inglório

Pertence à novela nenhuma

Nem Shakespeare, nem Verne, nem Dumas

Morreu de Romeu sem Julieta

Foi Nemo afogado em banheiro

E fosse dos três mosqueteiros

Nem mesmo será D'Artagnan

Abá que não teve cunhã

Nem deus, nem herói, nem titã

Despido, sem muiraquitã

Sem ontem, sem hoje, sem nada

Decerto também sem amanhã