Disputa Sobre o Teclado
Ligo o computador
e faço a conexão,
enquanto os dedos se agitam
na maior animação.
Cada dedo no teclado
quer passar uma mensagem,
alguns falam coisa séria,
outros falam só bobagem.
Às vezes olho, espantada,
para a tela à minha frente,
sem querer acreditar
no que saiu da minha mente.
Vejo os dedos, ansiosos,
pulando sobre o teclado,
como se estivessem todos
dançando um sapateado.
Olho pra eles bem séria
e falo com autoridade:
“Ou vocês me obedecem
ou os castigo sem piedade.”
“Será que não percebem
as bobeiras que ali estão?
Parem de escrever tolices
e prestem mais atenção”.
Nesse momento minha alma
como sempre a interferir
joga em mim toda a culpa
pelo meu modo de agir.
“Não queira culpar seus dedos
pelo que acabam de escrever,
você mesma é a culpada
com esse seu jeito de ser.”
“Você não sabe o que diz”
falo então pra minha alma,
“Fique aí no seu canto
e não me tire a calma.”
Os dedos, indiferentes,
sobre as teclas vão saltando,
e palavras pra todo lado,
vão todos eles jogando.
Tento, em vão, controlá-los
pra que não escrevam bobeira,
mas, indisciplinados,
fazem à sua maneira.
Só depois de muito tempo
e com o micro desligado,
é que acaba a disputa
dos dedos sobre o teclado.
* * * * *
Do Livro “Entre Poemas” – Pág. 25 – Irene Coimbra
Ligo o computador
e faço a conexão,
enquanto os dedos se agitam
na maior animação.
Cada dedo no teclado
quer passar uma mensagem,
alguns falam coisa séria,
outros falam só bobagem.
Às vezes olho, espantada,
para a tela à minha frente,
sem querer acreditar
no que saiu da minha mente.
Vejo os dedos, ansiosos,
pulando sobre o teclado,
como se estivessem todos
dançando um sapateado.
Olho pra eles bem séria
e falo com autoridade:
“Ou vocês me obedecem
ou os castigo sem piedade.”
“Será que não percebem
as bobeiras que ali estão?
Parem de escrever tolices
e prestem mais atenção”.
Nesse momento minha alma
como sempre a interferir
joga em mim toda a culpa
pelo meu modo de agir.
“Não queira culpar seus dedos
pelo que acabam de escrever,
você mesma é a culpada
com esse seu jeito de ser.”
“Você não sabe o que diz”
falo então pra minha alma,
“Fique aí no seu canto
e não me tire a calma.”
Os dedos, indiferentes,
sobre as teclas vão saltando,
e palavras pra todo lado,
vão todos eles jogando.
Tento, em vão, controlá-los
pra que não escrevam bobeira,
mas, indisciplinados,
fazem à sua maneira.
Só depois de muito tempo
e com o micro desligado,
é que acaba a disputa
dos dedos sobre o teclado.
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Do Livro “Entre Poemas” – Pág. 25 – Irene Coimbra