Noite de Trevas
Espalha-se pela alcova aroma funesto,
Cheiro de sangue que a gangrena infestou,
Estou só e meu corpo treme de horror
Pelo odor da carnificina que a meu olfato empresto.
De repente as luzes se apagam e fico na escuridão,
Gato preto emite um ruído que vem do horizonte,
Lobos silvestres uivam sinistros no cume dos montes
E na madrugada tenebrosa mortalhas tentam seduzir meu coração.
De medo macabro a noite se arrepia,
Pálidos fantasmas são trazidos pela ventania
Que do cemitério fugiram pelos galhos dos arvoredos...
Percebo no deserto a astúcia do que se diz capeta,
Que me vampiriza macambúzio os miolos da cabeça
Para que os vermes sejam testemunhas singulares do meu enterro!